O jornal Avante! de hoje traz um artigo com as minhas notas críticas sobre Catembe (1965), realizado por Manuel Faria de Almeida. “Os Fantasmas de Lourenço Marques” está disponível aqui.
Professor Associado
Escrevi quando consegui a nomeação definitiva, quatro anos depois de ter ganho o concurso para Professor Auxiliar. Com mais razão escrevo agora, depois de ter assinado o contrato de Professor Associado no início desta semana.
Como lidar com este momento?
Dando graças, como fui aprendendo com a Carta aos Efésios (5,20). Estudo e lecciono cinema, cruzando-o com temas e perspectivas que iluminam os seus sentidos como arte na história e no mundo. Faço o que gosto e têm-me dito que esse entusiasmo é manifesto. Gosto do que faço e procuro fazê-lo com dedicação e profissionalismo. Isso é o essencial. Que esta subida de categoria seja um impulso para concretizar o que tenho planeado, o que falta fazer.
O percurso até aqui não foi fácil. Tive de trabalhar no comércio para juntar dinheiro para estudar no Reino Unido. Tive de me focar e empenhar para ir fazendo caminho. Houve outras dificuldades pessoais e familiares relacionadas que não vou detalhar. Teria sido melhor se tudo tivesse sido mais simples, menos difícil, linear, mas o sabor seria certamente diferente e eu não seria a mesma pessoa que sou hoje.
Neste trajecto, fui encontrando quem me ajudasse e reconhecesse o valor do meu trabalho como docente e investigador. Nesse sentido, não posso deixar de agradecer a quem escreveu cartas de referência sobre mim para este concurso: o orientador da minha tese de doutoramento, Murray Smith (University of Kent); o examinador da minha tese, Jason Jacobs (The University of Queensland); M. Gail Hamner (Syracuse University); Andrew Klevan (University of Oxford); Gerard Loughlin (Durham University); Elizabeth Cowie (Kent, emérita); e Jinhee Choi (King's College London).
Trabalho há mais de uma década na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que é uma casa em permanente construção onde tenho sido livre e apoiado. Além de estimados colegas, são estudantes que me vêm à memória e ao pensamento. Aparecem-me como lâmpadas acesas, não simplesmente por mim, mas pelas dinâmicas de descoberta, conhecimento, e aprendizagem, que conseguimos criar juntos.
Neste momento, sobra-me uma gratidão imensa.