Um Pai, Um Deus

15.07.2021

The Nun’s Kaddish.

Apresento hoje uma das aulas da Escola de Verão Estudos de Diásporas “Do Discurso e da Cultura na Diáspora Sefardita Portuguesa”, organizada pelo Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Tem o título “Um Pai, Um Deus: Sobre os Filmes do Projeto Global Entre a Comunidade Judaica e a Diocese do Porto”. Deixo o resumo:

O livro de Malaquias, que pertence em simultâneo às tradições judaica e cristã, apresenta duas interpelações que salientam a raíz da fraternidade humana na perspectiva das religiões monoteístas: “Porventura, não temos nós todos um único pai? Não foi o mesmo Deus que nos criou?” (2,10). É no contexto desta tradição comum e do diálogo inter-religioso que a Comunidade Judaica do Porto resolveu desenvolver um projeto global em cooperação com a Diocese do Porto. Uma das atividades desse vasto projeto é a produção de quatro filmes: a curta-metragem The Nun’s Kaddish (2019), e as longas-metragens Sefarad (2019), The Light of Judah (2020), e 1618 (2021), todos realizados por Luís Ismael. A última destas obras já foi finalizada, mas ainda não foi exibida. A exibição dos outros filmes tem sido limitada, mas a distribuição adoptou uma estratégia de internacionalização que tem feito com que estejam acessíveis em muitas regiões do globo através de meios digitais. Tendo estes trabalhos fílmicos como objeto de estudo, esta comunicação tem três objetivos. O primeiro é analisarcada um dos filmes, desenvolvendo uma análise mais detalhada de Sefarad, a primeira longa- metragem do projeto. O segundo é examinar o papel destas produções artísticas num projeto que procura desvendar as relações históricas entre a comunidade judaica sefardita e a comunidade católicaem Portugal. Finalmente, o terceiro é avaliar de que modo este exemplo nos permite compreender melhor o contributo que a arte pode dar para o diálogo inter-religioso.

Raiva: Ninguém Transforma o Mundo Sozinho (II)

10.07.2021

Raiva

Foi hoje publicado no AbrilAbril a segunda parte do meu artigo sobre Raiva (2018), realizado por Sérgio Tréfaut, aqui. Regresso a estes textos em Setembro.

1º Curtas APP

06.07.2021

Como se vê, fui convidado a integrar o júri do primeiro concurso de curtas em vídeo promovido pela APP - A Previdência Portuguesa e aceitei de bom grado. Os filmes podem ser submetidos até 15 de Setembro.

The Challenge of Fellowship

04.07.2021

Of Gods and Men.

Tomorrow I’m presenting this paper at the I International and Interdisciplinary Symposium on Theology and Religious Studies, organised by Research Centre for Theology and Religious Studies of the Catholic University of Portugal: “The Challenge of Fellowship: An Ecotheological Reading of Of Gods and Men (2010).”

Prémios AIM 2021

04.07.2021

Tive o prazer de fazer parte do júri dos primeiros Prémios AIM, que estiveram para ser entregues no ano passado mas passaram para este ano tal como o X Encontro Anual. Foi uma tarefa que partilhei com a Ana Soares (Universidade de Algarve) e Iván Villarmea Álvarez (Universidade de Coimbra).

Divulgo agora os vencedores, com as justificações que escrevemos.

Melhor Monografia - CEIS20
José Bértolo, Sobreimpressões – Leituras de Filmes (Lisboa: Documenta, 2019).
“Os ensaios que compõem a monografia de José Bértolo começaram por ser textos publicados, à razão de um por mês, entre setembro de 2017 e novembro de 2018, no website À Pala de Walsh. Para este livro, o autor reviu-os, modificou-os e acrescentou outros, que antes haviam tomado a forma de comunicações em diversos encontros académicos. O júri destaca, aqui, o estudo nada compósito sobre o conceito de ‘sobreimpressão’, que surge clarificado e consolidado pelas leituras dos diferentes objetos fílmicos, em análises de grande rigor e maravilhamento.”

Melhor Coletânea de Textos
Lúcia Nagib, Ramayana Lira de Sousa, e Alessandra Soares Brandão, eds., Aniki: Revista Portuguesa da Imagem em Movimento 5, n.º 3, dossiê “O Cinema Brasileiro na Era Neoliberal” (2018).
“Esta coletânea de textos corresponde a um dossiê publicado pela revista Aniki sobre o cinema brasileiro na era neoliberal, organizado por Lúcia Nagib, Ramayana Lira de Sousa e Alessandra Soares Brandão. Ao atribuir este prémio, o júri destaca a qualidade geral dos artigos reunidos no dossiê, que contribuem de formas diversas para traçar um quadro denso da resistência do cinema brasileiro ao projeto neoliberal, desta maneira valorizando a ligação da criação cinematográfica à atualidade social e política.”

Melhor Ensaio
Fátima Chinita, “Roy Andersson’s Tableau Aesthetic: A Cinematic Social Space Between Painting and Theatre”, Acta Universitatis Sapientiae Film and Media Studies 15, n.º 1 (2018): 69-86.
“A análise que Fátima Chinita opera da trilogia de Roy Andersson vai além de um exame apurado daqueles três filmes do cineasta sueco: engendra uma profunda reflexão acerca de conceitos como a espacialidade, a representação fílmica, o cruzamento entre pintura e cinema, ou a relação entre arte e vida. A originalidade das leituras propostas não recusa, porém, o diálogo com pensadores e críticos que, anteriormente, se ocuparam dos conceitos que neste ensaio são operativos. Foi esta relação com teorias fílmicas, num olhar agudo sobre uma obra, transformado em apreciação da arte, que o júri decidiu premiar.”

Melhor Trabalho de Estudante de Pós-Graduação
Pedro Florêncio, “Estratégias Cumulativas para um Ponto de Vista de Nenhures em Frederick Wiseman”.
“Trata-se de um trabalho desenvolvido no contexto de uma investigação de doutoramento que analisa a construção do olhar documental no cinema de Frederick Wiseman através da prática da montagem. Com este prémio, o júri premeia o rigor e a originalidade da pesquisa de Pedro Florêncio sobre a obra deste importante cineasta norte-americano.”

Os Habitantes das Estantes

01.07.2021


Foi publicado ontem um pequeno texto meu em resposta ao apelo em defesa dos suportes físicos, publicado no dia 19 de Novembro de 2020 e assinado pelos editores do À Pala de Walsh. Levou o título “Os Habitantes das Estantes” e está disponível aqui.