Seis Anos ao Serviço da AIM

29.07.2020


Entre 2014 e 2020, contei seis anos ao serviço da AIM - Associação de Investigadores da Imagem em Movimento, cumprindo diversas funções na Direcção (Vogal, Tesoureiro, Presidente). Escuso de dizer que a AIM tem sido uma parte importante da minha vida pessoal e académica. Continuará a ser. A verdade é que não é fácil manter uma associação viva, sem conflitos que a ponham em causa, sem falta de gente com espírito associativo que disponha do seu tempo para a manter em funcionamento, com um projecto de futuro. Temos conseguido — e a recém-eleita direcção, encabeçada pela Filipa Rosário, aí está para o provar! A AIM foi fundada por um grupo de pessoas a quem devemos agradecer a iniciativa: a Ana Soares, o Daniel Ribas, o Paulo Cunha, o Paulo Granja, e o Tiago Baptista. Correspondeu à vontade de reunir investigadores da imagem em movimento em Portugal que têm objectos e temas de pesquisa em comum. É uma entidade representativa, mas também um espaço de fortes laços de amizade entre os seus membros. Diria que só assim é que vale a pena.

O Trabalho das Imagens

29.07.2020


Como é que se costuma dizer? Não há fome que não dê em fartura. Já tinha saído um livro meu este ano, Escrita em Movimento: Apontamentos Críticos sobre Filmes, pela Documenta. Esta semana foi publicado um segundo livro pela Editora Página a Página, O Trabalho das Imagens: Estudos sobre Cinema e Marxismo. É uma obra mais académica, mas não demasiado especializada ou restrita. Já está disponível aqui a preço de lançamento. Esta passagem é da introdução:

Marx e a sua obra não devem ser objecto de idolatria, mas de um trabalho sério e aberto. O socialismo produziu, infelizmente, nalguns casos, cultos não só a dirigentes, mas também ao Estado, promovendo a aceitação do seu poder abusivo e discricionário e a degradação do seu carácter popular. A verdade é que o marxismo não é uma cura para o erro humano, mas dá-nos instrumentos para reconhecermos e corrigirmos esses desvios. Já os chamados pós-marxismo ou neo­‑marxismo, marxismos que surgem com apêndices, são formas de utilizar os contributos de Marx apenas como evocação ou caução para os distorcer, colaborando objectivamente com algumas agendas que nada têm de progressista. Precisamos de desenvolvimentos críticos e criativos no marxismo que partam da obra de Marx para promover a explicação e a transformação do mundo em que vivemos, escapando ao idealismo do pensamento pós-moderno entranhado em muita da crítica cultural contemporânea. O cinema tem contributos a dar e a receber nesse processo.

Imagem em Movimento e Cultura Visual

27.07.2020


O n.º 10 da revista CEM: Cultura, Espaço & Memória já saiu, ainda com data de 2019. O dossier temático é dedicado ao tema “Imagem em Movimento e Cultura Visual” e editado por Hugo Barreira (Universidade do Porto) e Pedro Alves (Universidade Católica Portuguesa). Fui convidado a colaborar na arbitragem científica. Não faltam aqui ensaios que vale a pena ler com atenção.

Cinema no Jardim

09.07.2020


O Mundo Secreto de Arriety.


Nós.

O Teatrão desafiou-me a escolher quatro filmes, dois mais dois, para serem mostrado no jardim da Oficina Municipal do Teatro em Coimbra. A entrada para um filme custa 2,50 euros. Para dois, custa 4 euros.

São dois filmes de um dos mais importantes realizadores japoneses a trabalhar no cinema de animação, Hiromasa Yonebayashi, produzidos pelos famosos Estúdios Ghibli. O mundo da infância é aqui representado de forma imaginativa como um momento de descobertas intensas da complexidade da vida.

As duas longas-metragens de Jordan Peele afirmaram-no como um dos grandes autores contemporâneos do cinema de terror feito nos EUA. A sua obra insere-se na linhagem à qual pertencem cineastas como George A. Romero, que entendem este género cinematográfico como comentário social, politicamente consciente.

Eis a programação:

18 Jul., 21h:
O Mundo Secreto de Arriety (Kari-gurashi no Arietti, 2010), real. Hiromasa Yonebayashi

18 Jul., 23h:
Foge (Get Out, 2017), real. Jordan Peele

25 Jul., 21h:
As Memórias de Marnie (Omoide no Marnie, 2014), real. Hiromasa Yonebayashi

25 Jul., 23h:
Nós (Us, 2019), real. Jordan Peele

Espelhos do “Film Noir” no “A Ronda da Noite”

02.07.2020

Na última edição do programa da Antena 2 “A Ronda da Noite”, Inês Lourenço fala elogiosamente sobre a colectânea de ensaios Espelhos do “Film Noir”. O programa está disponível para ser ouvido aqui.