Visões Interiores

30.03.2020


Nosferatu, o Vampiro.

O expressionismo alemão foi a figuração de um novo espaço no cinema, a partir do domínio sobre os elementos visuais. Herman George Scheffauer estudou a habilidade dos directores artísticos de filmes como O Golem (Der Golem, Wie er in die Welt kam, 1920) e O Gabinete do Dr. Caligari (Das Kabinett des Doktor Caligari, 1920) em controlarem os componentes cenográficos para construir um universo detalhado. O traço acentuava o exagero visionário e criava imagens com uma nova capacidade envolvente.

Dentro do movimento expressionista, houve um grupo de realizadores germânicos que marcou a história do cinema com as singularidades do seu cinema: Fritz Lang, Friederich Murnau, e G. W. Pabst. Este cinema expressionista juntava a cenografia estilizada e a coreografia dos gestos aos múltiplos reflexos, às sombras alongadas, às perspectivas deformantes — misturava, portanto, a pintura e o teatro no cinema. O famoso Nosferatu, o Vampiro (Nosferatu, eine symphonie des grauens, 1922) é uma das dessas obras assombradas, em que as imagens se tornam portas de entrada para as visões interiores de que falava Kasimir Edschmid.