A Queda da Dinastia Romanov (Padenie Dinastii Romanovich, 1927).
Participo hoje num encontro sobre o centenário da Revolução de Outubro com o título “Revolução Russa: Historiografia, Política, Cultura e Actualidade” no ISCTE-IUL. A minha contribuição para a discussão chama-se “Um Cinema em Revolução: A Revolução de Outubro e a Vanguarda Cinematográfica”.
A Revolução de Outubro desenrolou-se também no campo da arte. No caso do cinema, gerou-se um movimento de vanguarda que marcou a história do mudo tardio até à transição para o sonoro de forma ainda mais profunda que os outros dois grandes movimentos de vanguarda na Europa, o impressionismo francês e o expressionismo alemão. O cinema de montagem soviético foi em simultâneo mais consistente e mais diverso. Mais consistente, porque teve um elemento central tornado questão crítica: a montagem, a sucessão das imagens e a sua articulação. Mais diverso, porque produziu realizações práticas e reflexões teóricas muito diferentes, por vezes opostas. Há uma relação estreita entre esta vanguarda artística e a vanguarda política que foi nascendo nos congressos dos sovietes. O contexto social revolucionário fez brotar e conseguiu alimentar a revolução no cinema. Tal torna-se evidente se analisarmos, em particular, a obra de Lev Kuleshov, Vsevolod Pudovkin, Dziga Vertov, Sergei Eisenstein, e Esfir Shub.