Estes filmes serão mostrados amanhã nas Sessões do Carvão, os primeiros às 18h30, o segundo às 21h30, na Casa das Caldeiras. Este ciclo foi programado em colaboração com a Secção de Estudos Anglo-Americanos da FLUC.
Charles Burnett, cineasta afro-americano, construiu uma portentosa obra quase desconhecida na Europa. Entrelaçando a expressão pessoal, a transfiguração poética, e a consciência social, os seus filmes para cinema e televisão são o trabalho de um artista que tenta entender aquilo que produz no interior da história humana. Admirador do cinema humanista de Jean Renoir, particularmente de The Southerner (A Semente do Ódio, 1945), podemos descrever a sua estética como um realismo poético americano. Numa entrevista conduzida por Sergio Mims e publicada no ano passado, o cineasta liga a vivência da comunidade ao desenvolvimento da cultura, notando a necessidade da ligação ao solo — o chão que as suas obras nunca abandonam.