Les mauvais fréquentations (1963).
Le Père Noël a les yeux bleus (1966).
Serão mostrados amanhã nas Sessões do Carvão, os primeiros às 18h30, os segundos às 21h30, na Casa das Caldeiras.
Legou-nos apenas duas longas-metragens quando pôs termo à vida em 1981. Mas deixou uma marca indelével no cinema francês pós-Nouvelle Vague, apesar dos seus filmes para cinema e televisão raramente serem mostrados. O seu nome é muito referido, mas a sua obra permanece pouco conhecida. Jean Eustache disse uma vez que os seus filmes, peças de uma “existência brumosa” como escreveu Charles Baudelarie em As Flores do Mal, eram tão autobiográficos quanto a ficção consegue ser. Subsiste na sua obra, por vezes assumidamente documental, a pulsão do registo, que lhe dá uma fulgurante intensidade em sintonia com tudo o que filmava. Eustache foi um “etnólogo da sua própria realidade” que fez uso do cinema como “a agulha de um sismógrafo”, nas expressões exactas do crítico Serge Daney.