Vídeos Musicais e Figuras Abstractas

11.05.2013


“Stupid Girl”.

Apresento hoje a comunicação “Vídeos Musicais e Figuras Abstractas” no III Encontro Anual da AIM, integrada num painel sobre imagem, música, e som. Eis o resumo:

Há vídeos musicais onde os artistas musicais não têm imagens perfeitamente reconhecíveis e são transformados em figuras abstractas ou substituídos por elas. Esta comunicação visa estudar telediscos que correspondem a esta descrição.

O termo “abstracção” será empregue com dois sentidos. Primeiro, como modo de composição no qual as imagens não figuram ou representam o mundo visível. Segundo, como maneira de representar que reduz a quantidade e a singularidade dos detalhes de objectos identificáveis.

Tendo em conta este duplo significado, com fortes ligações à arte experimental dentro e fora do cinema, é possível identificar diversas utilizações da abstracção nos vídeo musicais. A representação abstractizada retrata objectos que são extraídos do seu contexto e cuja imagem é distorcida — em “Into the Void” dos Nine Inch Nails (2000), dirigido por Walter Stern e Jeff Richter, esta representação amplia partes do corpo do vocalista Trent Reznor. A utilização de formas expressivas implica a alteração da textura visual através de um grafismo enérgico e vibrante — em “Stupid Girl” dos Garbage (1996), dirigido por Samuel Bayer, o suporte fílmico das imagens da banda é riscado, pintado, e manchado. O emprego de motivos geométricos empresta regularidade formal à composição visual abstracta — em “Sign o’ the Times” de Prince (1987), dirigido por Bill Konersman, figuras geométricas, linhas, e palavras compõem uma animação.