Objecto e Olhar (2)

18.08.2008


Agostino d’Ippona (1972).

Um complemento. Algumas palavras de Stanley Cavell — de The World Viewed: Reflections on the Ontology of Film (O Mundo Visto: Reflexões sobre a Ontologia do Cinema), livro que estou a traduzir para português:

É por vezes alegado que a exigência de uma “posição” do artista é uma exigência arcaica, uma sobra de uma visão romântica e moralista da arte. Porque não pode o artista simplesmente proporcionar-nos prazer ou meramente mostrar-nos como as coisas são? [...] As obras que me proporcionam prazer ou conhecimento de como as coisas são proporcionam-me igualmente um sentimento da posição do artista sobre esta revelação — uma posição, suponhamos, de completa convicção, de compaixão, de deleite ou divertimento irónico, ou saudade ou escárnio ou raiva ou perda. O facto é que um artista, porque é um ser humano, tem uma posição e tem razões para chamar eventos à nossa atenção. O que lhe dá direito à nossa atenção é precisamente a sua responsabilidade para com esta situação.

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“Objecto e Olhar”: (1)