A Transcendência do Ecrã #9 (vídeo)

25.01.2023

Nos 125 anos de Serguei Eisenstein

17.01.2023

Outubro.

Para assinalar o aniversário de Serguei Eisenstein, as Edições «Avante!» vão ter disponíveis, até ao próximo dia 25 de Janeiro, o livro Dez Dias que Abalaram o Mundo de John Reed, o DVD do filme Outubro (Oktyabr, 1928) e o meu livro O Trabalho das Imagens Estudo Sobre Cinema e Marxismo (que inclui algumas páginas sobre a obra de Eisenstein e Grigori Aleksandrov) por apenas 15,00€. Aproveitem aqui!

Todos Estes Sofrimentos

16.01.2023

Cavalo Dinheiro.

O congresso Pensar o Século XX. Olhares do Século Vinte e Um, organizado pelo CEIS20, vai decorrer entre os próximos dias 1 e 3 de Fevereiro na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Procura situar-se nos debates contemporâneos sobre a história, memória e herança do século XX, contribuindo para a diversificação e complexificação das suas narrativas e representações. A comunicação que vou apresentar no primeiro dia do encontro tem o título “‘Todos Estes Sofrimentos’: Colonialismo e Dor em Cavalo Dinheiro (2014)” e o seguinte resumo:

No centro de Cavalo Dinheiro (2014) de Pedro Costa está o imigrante cabo-verdiano Ventura e as memórias do tempo colonial e do processo revolucionário iniciado no 25 de Abril de 1974 que o assombram. Ventura tinha aparecido pela primeira vez no cinema de Costa em Juventude em Marcha (2006), na curta-metragem O Nosso Homem (2010), e em segmentos de três filmes colectivos: “The Rabbit Hunters” em Memories (2007), “Tarrafal” em O Estado do Mundo (2007), e “Sweet Exorcist” em Centro Histórico (2012). Seguindo este percurso cinematográfico, Cavalo Dinheiro aparece como um ponto para o qual convergem todas estas obras num presente no qual o reconhecimento da história da opressão colonial passa pela presença e pelo discurso dos colonizados, dos racializados, dos subordinados. Esta comunicação analisa a forma como o colonialismo é abordado através de retratos comoventes de luto em Cavalo Dinheiro, desvendando uma ligação indelével entre a violência colonial e a dor da perda.

A peça central do filme é uma sequência muito longa que merece uma análise detalhada. Passa-se dentro de um elevador do hospital onde Ventura está internado. Ao concentrar-se nos efeitos actuais do colonialismo, nas suas ramificações históricas, Cavalo Dinheiro inscreve-se no projeto crítico do afro-pessimismo, com raízes nos contributos de Frantz Fanon. O elevador torna-se numa câmara de ressonância da história vivida, pois Ventura partilha esse espaço fechado com uma estátua viva de um soldado de Abril e duas vozes fora de campo, uma de um adulto e outra de uma criança. As camadas sonoras nesta cena são tão densas e complexas quanto as camadas visuais ao longo do filme, marcadas pela espectralidade. Num ensaio sobre o filme, o filósofo francês Jacques Rancière menciona “[u]m barulho do tempo que é, ele próprio, múltiplo. Há o barulho das vozes e dos passos de alguns indivíduos; há a história das suas vidas que eles contam, revivem ou reinventam; há o rumor da História com a qual a vida deles se misturou: a colonização e a descolonização, os cânticos da Revolução dos Cravos e os da jovem república cabo-verdiana.” Perto do fim da sequência, o soldado está de pé e Ventura está no chão a dizer que está atento, virando depois a cabeça consoante o que está a ouvir. A voz do adulto que vem de outro lugar e de outro tempo, mas que para Ventura está com ele naquele espaço e naquele tempo, condensa muitas das histórias de diferentes personagens que o filme vai tecendo, e sublinha a dificuldade em lidar com o passado assim como a necessidade de o fazer para o futuro. Esta voz diz pausadamente: “Aqui está fechada a história da vida jovem. E da vida que virá. E de tudo o que virá daqui para a frente. Fica à minha beira, o tempo passará depressa. Virá um dia em que aceitaremos todos estes sofrimentos.”

Mais informações aqui.

A Transcendência do Ecrã #9

09.01.2023


O ciclo de 12 seminários com o título “A Transcendência do Ecrã” procura investigar expressões do religioso no cinema português, abordando revisitações cristãs, traçando itinerários de leitura, e tateando fronteiras incertas. Os seminários são coordenados por Maria do Rosário Lupi Bello (UAb/CECC-UCP) e Sérgio Dias Branco (UC/CEIS20).

Os pedidos de inscrição devem ser dirigidos para:sdiasbranco@fl.uc.pt

Mais informação sobre o projecto FID: Film and Interreligious Dialogue aqui.

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