
Jacob Riis, Bandit's Roost, 
59 1/2 Mulberry Street (1888).
Numa entrevista recente, Pedro Costa fala sobre a inclusão das fotografias de Jacob Riis em Cavalo Dinheiro (2014) como parte integrante do trabalho artístico que conduziu ao filme e às suas imagens:
Há até uma proximidade com o cinema americano, com o filme de David W. Griffith, The Musketters of Pig Alley. É o mesmo mundo de becos e meliantes. O trabalho fotográfico de Riis está depositado no Museu da Cidade de Nova Iorque, no Harlem, que inventariou os negativos e tratou da digitalização. Mas eu nunca pensei no Jacob Riis como um fotógrafo americano, sempre o vi como o emigrante que ele foi, irmão daqueles que fotografava. Tem uma história de vida muito comovente, muito chaplinesca, vagabundava pelas ruas sem um tostão, com um cãozito que o seguia para todo o lado... E ele escrevia, ruminava muito o que via, usava as imagens como um complemento para escrever apontamentos sobre a vida de miséria nos tenements, os lúgubres e sobrelotados prédios de Nova Iorque da época. Ou seja, as fotos não acabavam em si, eram um pretexto para mostrar a realidade aos homens do poder naquela altura, para denunciar e protestar. É uma atitude muito nobre: uma fotografia, um filme, têm de dar continuidade a alguma coisa. Fazer um filme só por fazer um filme não devia chegar, não é?[1]
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[1] “Pedro Costa: Guarda o Meu Silêncio para Sempre”, entrevista de Francisco Ferreira, Expresso, “Atual” 2196, 29 Nov. 2014, 7.
 


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