A Geometria da Atracção

30.04.2019


Shining.

O espaço e as figuras que o ocupam são elementos da materialidade do cinema, nos quais se inclui também o formato da imagem, entre outros. Realizadores como Stanley Kubrick deram grande relevo a esses elementos geométricos. Em Shining (The Shining, 1980), o desenho dos espaços, os padrões que os decoram, os movimentos fluídos dos planos, fazem vacilar a noção de enquadramento instante a instante. A sensação de que o espaço nos contém era semelhante àquela que tínhamos experimentado noutro filme seu: 2001: Odisseia no Espaço (2001: A Space Odyssey, 1968). Aliás, é interessante notar como ambos os filmes baseiam muita da sua expressividade na construção de um permanente efeito de atracção (a influência emocional e psicológica de que falava Sergei Eisenstein) com características diferentes: sugador em Shining, dilatador em 2001: Odisseia no Espaço.