Por Dentro das Imagens na Cinemateca Portuguesa

30.11.2016

Por Dentro das Imagens: Obras de Cinema, Ideias do Cinema será apresentado hoje, às 19h, na libraria Linha de Sombra, na Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema (CP-MC), pelo Tiago Baptista (CP-MC/Universidade Católica Portuguesa), a quem desde já agradeço por ter aceitado esta tarefa. Como já exprimi antes, estou sinceramente grato ao João Coimbra Oliveira da Linha de Sombra pela disponibilidade e ajuda na organização deste evento.

O Cinema Olha a Música (8)

29.11.2016


Let’s Get Lost (1988).


À Volta da Meia-Noite (Round Midnight, 1986).

Estes filmes serão mostrados amanhã nas Sessões do Carvão, o primeiro às 18h30, o segundo às 21h30.

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“O Cinema Olha a Música”: (1) · (2) · (3) · (4) · (5) · (6) · (7)

O Urbano e o Doméstico

28.11.2016


Corrupção.

Começa hoje a Conferência sobre Espaço e Cinema, organizada pelo Centro de Estudos Comparatistas na Universidade de Lisboa. Todas as informações sobre este importante evento científico estão disponíveis aqui. Vou participar na conferência com uma comunicação intitulada “O Urbano e o Doméstico: Os Espaços do Film Noir Americano”, com o seguinte resumo:

Os espaços urbanos e domésticos estão no cerne do film noir americano desenvolvido nas décadas de 1940 e 50. A ligação entre estes espaços e o noir não pode ser considerada apenas através da associação entre a cidade e o crime ou da separação entre a casa e a violência. O contexto deste género teórico pensado por críticos franceses deve ser levado em consideração, de uma forma mais ampla e precisa, como o universo real e imaginário habitado pelas suas personagens. Estudar filmes como Pagos a Dobrar (Double Indemnity, 1944) e Corrupção (The Big Heat, 1946) revela uma arqueologia do noir como narrativa da cultura espacial dos EUA e, em simultâneo, como um meio de imaginar essa cultura. O que emerge é a dimensão social dos filmes noir que põe em contacto várias épocas e diversos lugares com a escuridão e a inquietação de um pesadelo. O film noir americano foi produzido num período da história dos EUA na qual o medo imperou. As feridas deixadas pela Grande Depressão ainda estavam frescas e o comunismo era visto como uma ameaça permanente na esfera pública e privada.

O território do noir é uma imagem múltipla da história dos EUA que começou com o desenvolvimento de áreas povoadas apreendidas e áreas despovoadas ocupadas que foram sendo agregadas. Desta junção resultou um espaço centrífugo, descentralizado através dos esquemas de crescimento, das auto-estradas interestaduais, dos planos de tráfego, e dos meios de comunicação de massas. Podemos dizer que este território só se torna tangível através da força da velocidade. A cidade do noir é, no geral, a nova grande cidade americana. As cidades modernas são palimpsestos compostos por restos de paisagens anteriores que são apagados ou relacionados por estruturas emergentes. Isto também se aplica às cidades americanas, apesar da sua juventude. Estes filmes tiram partido da capacidade que o cinema tem de projectar o passado de uma cidade e de registar vestígios das suas mudanças ao longo do tempo.

São vários os lugares do noir no quais as personagens circulam, vivem e morrem. As relações sociais são redefinidas espacialmente como um habitat e este ambiente físico e geográfico estende-se para os populosos subúrbios e para as zonas urbanas degradadas e abandonadas. Estas obras cinematográficas podem ser vistas como registos da resistência da cidade à transformação humana, como se o ambiente urbano tivesse uma vida própria que afecta de modo decisivo a vida dos seus habitantes. Este ambiente destrutivo e desagradável é um fruto e uma imagem do capitalismo.

Por fim, a casa do noir é, muitas vezes, um espaço privado estranho, vulnerável à insegurança vivida no espaço público. As interacções entre pessoas são, por essa razão, tipicamente encenadas em espaços comuns. As casas oscilam, contrastantes, entre as habitações sumptuosas dos vilões e a normalidade acolhedora das vulgares casas de família que é ameaçada ou destruída.

O Olhar do Cinema e o Seu Questionamento

23.11.2016

O indispensável À Pala de Walsh publicou ontem uma entrevista que concedi ao Luís Mendonça na Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema (CP-MC) a pretexto do meu livro Por Dentro das Imagens: Obras de Cinema, Ideias do Cinema — na verdade, uma longa conversa informal sobre cinema e outros temas que não lhe são estranhos. Levou o título “O cinema constrói um olhar e nós temos de questionar esse olhar” e pode ser lida aqui. Agradeço a generosidade das perguntas do Luís e o olho paciente da Mariana que as suas fotografias tão bem revelam.

A informação é mencionada na introdução do texto, mas repito-a: o livro será apresentado no dia 30 de Novembro, às 19h, na libraria Linha de Sombra, na CP-MC, pelo Tiago Baptista (CP-MC/Universidade Católica Portuguesa). Estendo a minha gratidão ao João Coimbra Oliveira da Linha de Sombra pela disponibilidade e ajuda na organização deste evento.

O Cinema Olha a Música (7)

22.11.2016


Jazz on a Summer’s Day (1959).


Bird - Fim do Sonho (Bird, 1988).

Estes filmes serão mostrados amanhã nas Sessões do Carvão, o primeiro às 18h30, o segundo às 21h30.

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“O Cinema Olha a Música”: (1) · (2) · (3) · (4) · (5) · (6)

International Conference on Space and Cinema

20.11.2016

O Cinema Olha a Música (6)

01.11.2016


No Direction Home: Bob Dylan (2005).

Este filme será mostrado amanhã nas Sessões do Carvão, a primeira parte às 18h30, a segunda parte às 21h30.

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“O Cinema Olha a Música”: (1) · (2) · (3) · (4) · (5)

Ano do Cinema Russo

14.11.2016

Ars Gratia Artis?

10.11.2016


Valse Triste (1977).

Apresento amanhã uma comunicação nas XIX Jornadas Históricas: “Homo Sapiens, Homo Ludens” em Seia, intitulada “Ars Gratia Artis?: O Lúdico e o Lúcido no Cinema”. Eis o sumário do que vou dizer:

Ars Gratia Artis é uma expressão em latim associada a uma visão da arte que afirma a sua autonomia absoluta. Cunhada por Benjamin Constant em 1804, foi o francês Théophile Gautier, figura chave do romantismo, que se empenhou na defesa acérrima desta ideia da “arte pela arte”. Para além do estudo das raízes filosóficas desta ideia (em particular, nos alemães Alexander Gottlieb Baumgarten e Immanuel Kant), importa discutir a sua persistência e função na sociedade capitalista, circunscrevendo o campo da arte ao lúdico que se basta a si mesmo. No âmbito do cinema, esta expressão não pode ser desligada do conceito de entretenimento — afinal, Ars Gratia Artis é o lema oficial da Metro-Goldwyn-Mayer, a grande companhia de produção fundada em 1924 nos EUA, gravado no seu logotipo em redor do famoso leão que ruge. Mas a ideia é também recorrente nos pensadores herdeiros da estética kantiana que estratificam a produção cultural de modo a diferenciar a priori o que é a arte, sem a necessária fundamentação crítica, negando-lhe a inscrição no tecido social e histórico. O “sem propósito” e “sem fora de si” da arte funciona assim como uma forma de omitir ou esconder as conexões determinantes que tecem, por exemplo, um filme. Esta ideia arrasta consigo, portanto, a perda da lucidez quanto às muitas possibilidades e perspectivas da arte cinematográfica nas vertentes da criação e da fruição, remetendo-nos para uma discussão mais alargada sobre as relações entre a arte e a sociedade.

Raoul Coutard (1924-2016)

09.11.2016

O Cinema Olha a Música (5)

01.11.2016


Don’t Look Back (1967).


I’m Not There - Não Estou Aí (I’m Not There, 2007).

Estes filmes serão mostrados amanhã nas Sessões do Carvão, o primeiro às 18h30, o segundo às 21h30.

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“O Cinema Olha a Música”: (1) · (2) · (3) · (4)

XIX Jornadas Históricas: “Homo Sapiens, Homo Ludens”

07.11.2016

O Cinema Olha a Música (4)

01.11.2016


Joe Strummer: The Future is Unwritten (2007).


24 Hour Party People (2002).

Estes filmes serão mostrados amanhã nas Sessões do Carvão, o primeiro às 18h30, o segundo às 21h30.

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“O Cinema Olha a Música”: (1) · (2) · (3)

Beyond Spatial Montage

01.11.2016


Beyond Spatial Montage: Windowing, Or the Cinematic Displacement of Time, Motion, and Space, Michael Betancourt’s book recently published by Focal Press, an imprint of Routledge, discusses my concept of “mosaic-screen” (47-49, 57, 84-87) in relation and in contrast to Lev Manovich’s “spatial montage”. It is yet another instance of other scholars productively engaging with my research work; an instance that deserves appreciation.