O Cinema Olha a Música (11)

20.12.2016


32 Curtas Metragens sobre Glenn Gould (Thirty Two Short Films about Glenn Gould, 1993).


Fantasia (1940).

Estes filmes serão mostrados amanhã nas Sessões do Carvão, o primeiro às 18h30, o segundo às 21h30.

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“O Cinema Olha a Música”: (1) · (2) · (3) · (4) · (5) · (6) · (7) · (8) · (9) · (8) · (10)

Filosofia e as Artes

16.12.2016


Foi agora publicado o livro que reúne os contributos de académicos e artistas para o cruzamento entre a filosofia e as artes, a partir de um evento que decorreu em Abril deste ano na Universidade do Minho. Esta publicação, organizada por Steven S. Gouveia e com um prefácio de Thomas E. Wartenberg, inclui um pequeno ensaio meu sobre o filósofo Walter Benjamin e a arte fotográfica. Pode ser adquirido aqui.

A Voz de Dan

15.12.2016


Eu, Daniel Blake.

O jornal Avante! publica hoje um artigo que escrevi sobre o filme Eu, Daniel Blake (I, Daniel Blake, 2016), realizado por Ken Loach. A versão electrónica deste texto, a que dei o título “A Voz de Dan”, está disponível aqui.

O Cinema Olha a Música (10)

14.12.2016


Todas as Manhãs do Mundo (Tous les matins du monde, 1991).


Crónica de Ana Madalena Bach (Chronik der Anna Magdalena Bach, 1968).

Estes filmes serão mostrados hoje nas Sessões do Carvão, o primeiro às 18h30, o segundo às 21h30.

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O Cinema Olha a Música (9)

07.12.2016


Y... tenemos sabor (1967).


Buena Vista Social Club (1999).

Estes filmes serão mostrados hoje nas Sessões do Carvão, o primeiro às 18h30, o segundo às 21h30. O primeiro filme substitui o inicialmente programado El Benny (2006), do qual não foi possível assegurar uma cópia.

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“O Cinema Olha a Música”: (1) · (2) · (3) · (4) · (5) · (6) · (7) · (8)

Observing the Unobserved

02.12.2016


Foreign Parts.

This year’s Forum of the Real, organised by the film festival Porto/Post/Doc in partnership with CITAR (Research Center for Science and Technology of the Arts - Catholic University of Portugal), discusses the concept of “sensory cinema” in three panels. I was invited to participate in the second panel (“About Sensory Cinema”), along with film scholars Cornelia Lund and Thomas Weber (University of Hamburg) and Iván Villarmea Alvarez (University of Santiago de Compostela). This session takes place today at 2pm. It will be chaired by film programmer Justine Duay.

The talks are to be informal and not purely academic, but I have sketched a direction for my talk and even gave a title to the sketch: “Observing the Unobserved: Thinking Through Sensory Cinema with Walter Benjamin”. Here it is:

For those who have never watched one of its films, the wave of sensory cinema may sound like a documentary film practice that reduces spectatorship to sense-experience. This, of course, implies a kind of ahistorical approach and alienating effect, which contradicts the emancipatory possibilities opened by new technologies. Walter Benjamin’s perceptive reflections on technology, aesthetics, and art allow us to make sense of sensory cinema. On the one hand, he argued that the development of technology in the capitalist mode of production forces a utilisation that alienates humanity from itself, changing its sense perception and showing its own destruction as a spectacle. On the other hand, technology may be used as an aid that grounds human beings in the world, making them conscious of their natural, historical, and social facets. The camera is particularly apt to reveal elements of reality that may register in our senses, but that are not consciously processed. This is the reason why, according to Benjamin, film gives us access to an optical unconscious. The Sensory Ethnography Lab at Harvard University uses film technology in such a way. Its ethnographical dimension puts forward an understanding of art as a way of knowing peoples and cultures, expanding the aesthetics of film and problematising the politics of portrayal. These ideas will be developed through the analysis of Foreign Parts (2010), directed by Verena Paravel and J.P. Sniadecki. The film focuses on the community of outcasts who live in Willets Point and survive by working in auto repair shops and junk-yards. This industrial neighborhood is about to be demolished to make room for a huge urban redevelopment project by the large company Bloomberg. The hallmark of this work is how it details the lives of these people and their visitors by amplifying sensory elements though the use of digital technologies. Since different methods of observation are a key part of ethnographic research, we may say that Foreign Parts observes the socially unobserved, giving it aesthetic qualities that amount to an incisive portrait.

Steal a Still

01.12.2016


Morte Limpa (Good Kill, 2014).

O À Pala de Walsh convidou-me para participar na rubrica “Steal a Still” que, segundo a publicação, “celebra a potência estética do still e a curiosidade voyeur pelo que de mais recente ‘o igual cinéfilo’ tem deitado olho”. Escolhi este fotograma (clicar para ampliar) e o resultado por ser visto aqui.

Por Dentro das Imagens na Cinemateca Portuguesa

30.11.2016

Por Dentro das Imagens: Obras de Cinema, Ideias do Cinema será apresentado hoje, às 19h, na libraria Linha de Sombra, na Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema (CP-MC), pelo Tiago Baptista (CP-MC/Universidade Católica Portuguesa), a quem desde já agradeço por ter aceitado esta tarefa. Como já exprimi antes, estou sinceramente grato ao João Coimbra Oliveira da Linha de Sombra pela disponibilidade e ajuda na organização deste evento.

O Cinema Olha a Música (8)

29.11.2016


Let’s Get Lost (1988).


À Volta da Meia-Noite (Round Midnight, 1986).

Estes filmes serão mostrados amanhã nas Sessões do Carvão, o primeiro às 18h30, o segundo às 21h30.

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O Urbano e o Doméstico

28.11.2016


Corrupção.

Começa hoje a Conferência sobre Espaço e Cinema, organizada pelo Centro de Estudos Comparatistas na Universidade de Lisboa. Todas as informações sobre este importante evento científico estão disponíveis aqui. Vou participar na conferência com uma comunicação intitulada “O Urbano e o Doméstico: Os Espaços do Film Noir Americano”, com o seguinte resumo:

Os espaços urbanos e domésticos estão no cerne do film noir americano desenvolvido nas décadas de 1940 e 50. A ligação entre estes espaços e o noir não pode ser considerada apenas através da associação entre a cidade e o crime ou da separação entre a casa e a violência. O contexto deste género teórico pensado por críticos franceses deve ser levado em consideração, de uma forma mais ampla e precisa, como o universo real e imaginário habitado pelas suas personagens. Estudar filmes como Pagos a Dobrar (Double Indemnity, 1944) e Corrupção (The Big Heat, 1946) revela uma arqueologia do noir como narrativa da cultura espacial dos EUA e, em simultâneo, como um meio de imaginar essa cultura. O que emerge é a dimensão social dos filmes noir que põe em contacto várias épocas e diversos lugares com a escuridão e a inquietação de um pesadelo. O film noir americano foi produzido num período da história dos EUA na qual o medo imperou. As feridas deixadas pela Grande Depressão ainda estavam frescas e o comunismo era visto como uma ameaça permanente na esfera pública e privada.

O território do noir é uma imagem múltipla da história dos EUA que começou com o desenvolvimento de áreas povoadas apreendidas e áreas despovoadas ocupadas que foram sendo agregadas. Desta junção resultou um espaço centrífugo, descentralizado através dos esquemas de crescimento, das auto-estradas interestaduais, dos planos de tráfego, e dos meios de comunicação de massas. Podemos dizer que este território só se torna tangível através da força da velocidade. A cidade do noir é, no geral, a nova grande cidade americana. As cidades modernas são palimpsestos compostos por restos de paisagens anteriores que são apagados ou relacionados por estruturas emergentes. Isto também se aplica às cidades americanas, apesar da sua juventude. Estes filmes tiram partido da capacidade que o cinema tem de projectar o passado de uma cidade e de registar vestígios das suas mudanças ao longo do tempo.

São vários os lugares do noir no quais as personagens circulam, vivem e morrem. As relações sociais são redefinidas espacialmente como um habitat e este ambiente físico e geográfico estende-se para os populosos subúrbios e para as zonas urbanas degradadas e abandonadas. Estas obras cinematográficas podem ser vistas como registos da resistência da cidade à transformação humana, como se o ambiente urbano tivesse uma vida própria que afecta de modo decisivo a vida dos seus habitantes. Este ambiente destrutivo e desagradável é um fruto e uma imagem do capitalismo.

Por fim, a casa do noir é, muitas vezes, um espaço privado estranho, vulnerável à insegurança vivida no espaço público. As interacções entre pessoas são, por essa razão, tipicamente encenadas em espaços comuns. As casas oscilam, contrastantes, entre as habitações sumptuosas dos vilões e a normalidade acolhedora das vulgares casas de família que é ameaçada ou destruída.

O Olhar do Cinema e o Seu Questionamento

23.11.2016

O indispensável À Pala de Walsh publicou ontem uma entrevista que concedi ao Luís Mendonça na Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema (CP-MC) a pretexto do meu livro Por Dentro das Imagens: Obras de Cinema, Ideias do Cinema — na verdade, uma longa conversa informal sobre cinema e outros temas que não lhe são estranhos. Levou o título “O cinema constrói um olhar e nós temos de questionar esse olhar” e pode ser lida aqui. Agradeço a generosidade das perguntas do Luís e o olho paciente da Mariana que as suas fotografias tão bem revelam.

A informação é mencionada na introdução do texto, mas repito-a: o livro será apresentado no dia 30 de Novembro, às 19h, na libraria Linha de Sombra, na CP-MC, pelo Tiago Baptista (CP-MC/Universidade Católica Portuguesa). Estendo a minha gratidão ao João Coimbra Oliveira da Linha de Sombra pela disponibilidade e ajuda na organização deste evento.

O Cinema Olha a Música (7)

22.11.2016


Jazz on a Summer’s Day (1959).


Bird - Fim do Sonho (Bird, 1988).

Estes filmes serão mostrados amanhã nas Sessões do Carvão, o primeiro às 18h30, o segundo às 21h30.

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“O Cinema Olha a Música”: (1) · (2) · (3) · (4) · (5) · (6)

International Conference on Space and Cinema

20.11.2016

O Cinema Olha a Música (6)

01.11.2016


No Direction Home: Bob Dylan (2005).

Este filme será mostrado amanhã nas Sessões do Carvão, a primeira parte às 18h30, a segunda parte às 21h30.

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“O Cinema Olha a Música”: (1) · (2) · (3) · (4) · (5)

Ano do Cinema Russo

14.11.2016

Ars Gratia Artis?

10.11.2016


Valse Triste (1977).

Apresento amanhã uma comunicação nas XIX Jornadas Históricas: “Homo Sapiens, Homo Ludens” em Seia, intitulada “Ars Gratia Artis?: O Lúdico e o Lúcido no Cinema”. Eis o sumário do que vou dizer:

Ars Gratia Artis é uma expressão em latim associada a uma visão da arte que afirma a sua autonomia absoluta. Cunhada por Benjamin Constant em 1804, foi o francês Théophile Gautier, figura chave do romantismo, que se empenhou na defesa acérrima desta ideia da “arte pela arte”. Para além do estudo das raízes filosóficas desta ideia (em particular, nos alemães Alexander Gottlieb Baumgarten e Immanuel Kant), importa discutir a sua persistência e função na sociedade capitalista, circunscrevendo o campo da arte ao lúdico que se basta a si mesmo. No âmbito do cinema, esta expressão não pode ser desligada do conceito de entretenimento — afinal, Ars Gratia Artis é o lema oficial da Metro-Goldwyn-Mayer, a grande companhia de produção fundada em 1924 nos EUA, gravado no seu logotipo em redor do famoso leão que ruge. Mas a ideia é também recorrente nos pensadores herdeiros da estética kantiana que estratificam a produção cultural de modo a diferenciar a priori o que é a arte, sem a necessária fundamentação crítica, negando-lhe a inscrição no tecido social e histórico. O “sem propósito” e “sem fora de si” da arte funciona assim como uma forma de omitir ou esconder as conexões determinantes que tecem, por exemplo, um filme. Esta ideia arrasta consigo, portanto, a perda da lucidez quanto às muitas possibilidades e perspectivas da arte cinematográfica nas vertentes da criação e da fruição, remetendo-nos para uma discussão mais alargada sobre as relações entre a arte e a sociedade.

Raoul Coutard (1924-2016)

09.11.2016

O Cinema Olha a Música (5)

01.11.2016


Don’t Look Back (1967).


I’m Not There - Não Estou Aí (I’m Not There, 2007).

Estes filmes serão mostrados amanhã nas Sessões do Carvão, o primeiro às 18h30, o segundo às 21h30.

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“O Cinema Olha a Música”: (1) · (2) · (3) · (4)

XIX Jornadas Históricas: “Homo Sapiens, Homo Ludens”

07.11.2016

O Cinema Olha a Música (4)

01.11.2016


Joe Strummer: The Future is Unwritten (2007).


24 Hour Party People (2002).

Estes filmes serão mostrados amanhã nas Sessões do Carvão, o primeiro às 18h30, o segundo às 21h30.

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“O Cinema Olha a Música”: (1) · (2) · (3)

Beyond Spatial Montage

01.11.2016


Beyond Spatial Montage: Windowing, Or the Cinematic Displacement of Time, Motion, and Space, Michael Betancourt’s book recently published by Focal Press, an imprint of Routledge, discusses my concept of “mosaic-screen” (47-49, 57, 84-87) in relation and in contrast to Lev Manovich’s “spatial montage”. It is yet another instance of other scholars productively engaging with my research work; an instance that deserves appreciation.

Por Dentro das Imagens no “A Ronda da Noite”

30.10.2016

A última edição do programa da Antena 2 “A Ronda da Noite” recorda João Lobo Antunes através de uma entrevista e está disponível para ser ouvida aqui. Dá também destaque ao meu livro Por Dentro das Imagens: Obras de Cinema, Ideias do Cinema. A jornalista e crítica de cinema Inês Lourenço fala sobre o livro a partir do minuto 61:32 na rubrica dedicada ao cinema (com o título renoiriano “A Grande Ilusão”). Foi um prazer surpreendente ouvir Luís Caetano a ler um excerto do capítulo sobre Michelangelo Antonioni. Muito agradeço a sugestão.

O Cinema Olha a Música (3)

25.10.2016


Leningrad Cowboys Go America (1989).


Hedwig - A Origem do Amor (Hedwig and the Angry Inch, 2001).

Estes filmes serão mostrados amanhã nas Sessões do Carvão, o primeiro às 18h30, o segundo às 21h30.

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“O Cinema Olha a Música”: (1) · (2)

Sarita e o Cinema como Militância

21.10.2016


Foi publicado hoje o meu segundo artigo para o jornal electrónico AbrilAbril. Desta vez, o tema é uma cineasta que importa descobrir: a cubana Sara Gómez, “Sarita”. O seu nome permanece relativamente desconhecido. A importância da sua obra não tem tido correspondência no estudo e na divulgação dos seus filmes. Este texto, disponível aqui, trabalha para alterar esta situação e dar a conhecer a sua obra.

O Cinema Olha a Música (2)

18.10.2016


Cocksucker Blues (1972).


Gimme Shelter (1970).

Estes filmes serão mostrados amanhã nas Sessões do Carvão, o primeiro às 18h30, o segundo às 21h30.

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“O Cinema Olha a Música”: (1)

V. F. Perkins Tribute

17.10.2016


British film critic and professor Victor F. Perkins passed away this year on 15 July. His writings on film style and interpretation were key for the consolidation of interpretative criticism in the field of film studies. The University of Warwick, the institution where he taught and researched for years, now hosts a webpage curated by James MacDowell that pays tribute to this remarkable scholar. It includes an introduction by Alastair Phillips, head of the Department of Film and Television Studies at Warwick, and a number of written tributes. I wrote one of them.

Pierre Étaix (1928-2016)

14.10.2016


Feliz Aniversário/The Anniversary (Heureux anniversaire, 1962).

A Solidão do Denunciante

13.10.2016


Snowden.

O jornal Avante! publica hoje um artigo assinado por mim sobre Snowden (2016), realizado por Oliver Stone. A versão electrónica deste texto, que tem por título “A Solidão do Denunciante”, está disponível aqui.

Os Sons Não-Musicais dos Telediscos

12.10.2016


“Nightswimming” dos R.E.M. (1993).

Apresento hoje um seminário no Festival Guimarães Cinema Som com o título “Os Sons Não-Musicais dos Telediscos”. Continuando uma investigação sobre elementos não convencionais dos vídeos musicais, este seminário complementa o parco trabalho académico existente sobre estas obras audiovisuais, analisando o uso de sons não-musicais em algumas delas. Sons que não pertencem à música instrumental ou vocal podem ter diferentes funções nos telediscos. Podem ter uma função narrativa ou expressiva. Podem também contextualizar a canção num lugar reconhecível ou descontextualizá-la, projectando-a num universo irreal.

O Cinema Olha a Música (1)

11.10.2016


Muzykanci (1960).


Ensaio de Orquestra (Prova d’orchestra, 1978).


Whiplash - Nos Limites (Whiplash, 2014).

Estes filmes serão mostrados amanhã nas Sessões do Carvão, os primeiros às 18h30, o segundo às 21h30.

O cinema tem olhado a música de diferentes modos ao longo das suas décadas de existência. A diversidade de propostas deste ciclo espelham essas diferenças. Neste encontro do cinema com a música há visões sobre o labor musical colectivo e individual, documentários verdadeiros e falsos sobre bandas de rock reais (The Rolling Stones) e inventadas (Leningrad Cowboys e Hedwig and the Angry Inch), evocações da música britânica pós-1970, registos e recriações de Bob Dylan, celebrações de concertos e instrumentistas de jazz, perspectivas sobre as expressões musicais cubanas, retratos de compositores barrocos, articulações entre a música clássica e as imagens a partir do pianista Glenn Gould e da animação cinematográfica.

O Cinema como Educação Social dos Sentidos

10.10.2016


O terceiro número da Persona: Revista do Departamento de Teatro e Cinema da ESAP, agora publicado, foi editado por José Eduardo da Silva e tem a arte e o desenvolvimento humano como tema. O número está disponível aqui e contém um ensaio meu com o título “O Cinema como Educação Social dos Sentidos”. O artigo aborda o cinema a partir de uma ideia desenvolvida por Karl Marx nos seus Manuscritos Económico-Filosóficos de 1844: a arte como educação social dos sentidos. Como é explicado no início do texto, esta noção tem sido pouco explorada nos estudos fílmicos influenciados pelo marxismo, que no geral têm seguido outras vias de investigação e reflexão. A discussão filosófica em torno da ideia de Marx, para a qual são chamados outros pensadores, é complementada e substanciada com uma breve análise ao filme Eu Sou Cuba (Soy Cuba, 1964), dirigido pelo cineasta soviético Mikhail Kalatozov.

Andrzej Wajda (1926-2016)

09.10.2016


Cinzas e Diamantes/Ashes and Diamonds (Popiól i diament, 1958).

Sessões do Carvão: “O Cinema Olha a Música”

07.10.2016


12 Out.:

18h30   Muzykanci (1960), real. Kazimierz Karabasz | Ensaio de Orquestra (Prova d’orchestra, 1978), real. Federico Fellini

21h30   Whiplash - Nos Limites (Whiplash, 2014), real. Damien Chazelle

19 Out.:

18h30   Cocksucker Blues (1972), real. Robert Frank

21h30   Gimme Shelter (1970), real. Albert Maysles, David Maysles, e Charlotte Zwerin

26 Out.:

18h30   Leningrad Cowboys Go America (1989), real. Aki Kaurismäki

21h30   Hedwig - A Origem do Amor (Hedwig and the Angry Inch, 2001), real. John Cameron Mitchell

2 Nov.:

18h30   Joe Strummer: The Future is Unwritten (2007), real. Julien Temple

21h30   24 Hour Party People (2002), real. Michael Winterbottom

9 Nov.:

18h30   Don’t Look Back (1967), real. D.A. Pennebaker

21h30   I’m Not There - Não Estou Aí (I’m Not There, 2007), real. Todd Haynes

16 Nov.:

18h30   No Direction Home: Bob Dylan (2005), real. Martin Scorsese [parte 1]

21h30   No Direction Home: Bob Dylan (2005), real. Martin Scorsese [parte 2]

23 Nov.:

18h30   Jazz on a Summer’s Day (1959), real. Bert Stern e Aram Avakian

21h30   Bird - Fim do Sonho (Bird, 1988), real. Clint Eastwood

30 Nov.:

18h30   Let’s Get Lost (1988), real. Bruce Weber

21h30   À Volta da Meia-Noite (Round Midnight, 1986), real. Bertrand Tavernier

7 Dez.:

18h30   El Benny (2006), real. Jorge Luis Sánchez

21h30   Buena Vista Social Club (1999), real. Wim Wenders

14 Dez.:

18h30   Todas as Manhãs do Mundo (Tous les matins du monde, 1991), real. Alain Corneau

21h30   Crónica de Ana Madalena Bach (Chronik der Anna Magdalena Bach, 1968), real. Danièle Huillet e Jean-Marie Straub

21 Dez.:

18h30   32 Curtas Metragens sobre Glenn Gould (Thirty Two Short Films about Glenn Gould, 1993), real. François Girard

21h30   Fantasia (1940), real. Samuel Armstrong, James Algar, Bill Roberts, Paul Satterfield, Ben Sharpsteen, David D. Hand, Hamilton Luske, Jim Handley, Ford Beebe, T. Hee, Norman Ferguson, e Wilfred Jackson

Clássicos do Cinema Mudo

03.10.2016


O ciclo deste mês programado pelo Fila K Cineclube sobre clássicos do cinema mudo terá apresentação minha na abertura.

Vídeos Musicais e Planos Longos

30.09.2016


“No Surprises” dos Radiohead (1997).

Participo hoje de manhã no encontro internacional O Cinema e as outras Artes na Universidade da Beira Interior. O painel que vou integrar tem como tema as sonoridades no cinema e será moderado por Daniel Tércio. Eis o resumo da comunicação que vou apresentar, sob o título “Vídeos Musicais e Planos Longos”:

No livro Rocking Around the Clock, E. A. Kaplan considera o vídeo musical e a MTV quase como sinónimos. Algo de semelhante pode ser dito sobre a associação entre o vídeo musical e o número elevado de cortes entre planos, com rápidas mudanças na imagem. Mas enquanto a relação entre telediscos e MTV se foi tornando historicamente ultrapassada, a associação entre estas obras e os planos curtos, fugazes, mantém-se como se fosse uma evidência que descreve todos os vídeos musicais. Estes padrões são analisados por Carol Vernallis, que reparou que os cortes no vídeo musical são mais frequentes do que no cinema, podem aparecer como disjuntivos, e têm uma base rítmica intimamente ligada à canção. A montagem, abordagem desenvolvida na década de 1920 na URSS em que as relações, muitas vezes descontínuas, entre planos e imagens são fundamentais, é o tipo de edição a que Vernallis se refere na sua discussão pormenorizada da quantidade elevada de cortes e das suas várias funções. De acordo com ela, estes cortes servem para salientar a estrutura musical, mostrar a estrela, reflectir características experienciais do som, transmitir significado, e até mesmo para construir cadeias visuais suaves.

Há, no entanto, alguns vídeos musicais que não seguem esta convenção e optam, em vez disso, pelo uso diversificado de planos longos. Irei concentrar-me em três aspectos para desenvolver o estudo sobre estes casos. O primeiro é a mobilidade ou imobilidade da câmara, através de “No Surprises” (1997) dos Radiohead, dirigido por Grant Gee. O segundo é a coordenação entre a duração extensa do plano e a performance, através de “The Voice Within” (2004) de Christina Aguilera, realizado por David LaChapelle. O terceiro é o papel dos cortes entre planos longos, através de “This Train Don’t Stop There Anymore” (2002) de Elton John, realizado pelo mesmo LaChapelle.

As obras analisadas atestam que a dimensão visual dos vídeos musicais é construída na relação com outros elementos formais, tais como o comportamento da câmara, a fluidez da performance, e o padrão da edição. Os vídeos que utilizam planos longos, com poucos ou nenhuns cortes perceptíveis e sem uma forma disjuntiva, demonstram assim a complexidade formal e a riqueza de sentido de alguns telediscos.

Ramin Bahrani: Imagens da Periferia (3)

27.09.2016


A Qualquer Preço (At Any Price, 2012).


99 Casas (99 Homes, 2014).

Estes filmes serão mostrados amanhã nas Sessões do Carvão, o primeiro às 18h30, o segundo às 21h30.

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“Ramin Bahrani: Imagens da Periferia”: (1) · (2)

O Rumor da Guerra

25.09.2016


Okraina.

Foi publicada hoje a minha primeira colaboração com o jornal electrónico AbrilAbril. O artigo é sobre Okraina (1933), filme realizado por Boris Barnet que vai ser mostrado amanhã, às 19h, na Sala M. Félix Ribeiro, Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema. A sessão integra o ciclo “Pela Curiosidade Total: Homenagem a Jean-Loup Passek e ao Museu de Cinema de Melgaço”, em colaboração com a Câmara Municipal de Melgaço. O meu texto está disponível aqui.

Por Dentro das Imagens

21.09.2016


Chegou às livrarias o meu livro Por Dentro das Imagens: Obras de Cinema, Ideias do Cinema, publicado pela Documenta. Pode adquirido também através do sítio electrónico da Sistema Solar, aqui. O meu sincero agradecimento ao Manuel Rosa pelo acolhimento entusiástico a este projecto e ao CEIS20 - Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra pelo apoio financeiro a esta publicação. Deixo as palavras que se podem ler na contracapa:

Estas páginas demonstram bem o que sempre me fascinou e continua a fascinar nas imagens em movimento: o modo como pedem para ser analisadas e pensadas dentro do movimento que as anima.

A primeira parte inclui análises a obras de cinema, de filmes isolados a grupos de filmes de cineastas. A segunda parte contém reflexões sobre ideias do cinema, não aquelas desenvolvidas pelos artistas, mas aquelas que emergem da história e prática do cinema e do pensamento que as tenta acompanhar. As duas partes conjugam-se, demonstrando as cisões e intersecções entre a análise fílmica e a reflexão teórica. A experiência de uma obra no presente dá lugar, mais tarde, à consideração dessa experiência passada que se torna presente. De igual modo, as ideias do cinema estão antes e depois da percepção dos filmes e da reflexão sobre eles, num permanente durante.


Ramin Bahrani: Imagens da Periferia (2)

20.09.2016


Plastic Bag (2009).


Sigur Rós’s “Ég anda” (2012).


Lift You Up (2014).


Lemonade War (2014).


Goodbye Solo (2008).

Estes filmes serão mostrados amanhã nas Sessões do Carvão, os primeiros às 18h30, o segundo às 21h30.

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“Ramin Bahrani: Imagens da Periferia”: (1)